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"Nessas pinturas, não existem coisas: existem eventos. Estão inscritos na tela, na própria tela como se tudo ali tivesse sido processado, não o tema, mas o fato em si, o que diferencia fundamentalmente o uso da tela como suporte. À vontade do artista, sua intenção inicial desaparece depois que ele lança os elementos que vão participar do evento, e não temos nenhuma pista de como e a que tal ponto evoluirão. Todas essas pinturas, aliás, nos fazem perguntar que seria se não estivessem limitadas pelos que as contêm"                         (Óscar Ramos)

"In these pictures, there are no things: there are events. They are written on the screen, on the screen itself, as if everything there had been processed, not the subject, but the fact itself, which fundamentally distinguishes the use of the screen as support. At the will of the artist, his initial intention disappears after he throws the elements that will attend the event, and we have no clue how and the extent to which they evolve. All these paintings, in fact, make us wonder what it would be if they were not limited by what contain in them "     (Oscar Ramos)

A ausência do horizonte e da experiência da perspectiva criaram expressivas características na arte dos povos primeiros e dos tribais. Colin Turnbull, antropólogo inglês que estudou os pigmeus, notou que estes, verdadeiros povos da floresta, situados num determinado espaço de sua geografia, não têm mais do que poucos metros como horizonte. Estão cercados pela floresta e na sua vivência de espaço não estão incluídas as distorções aparentes provocadas pela perspectiva.Nesta exposição que agora apresenta, Jandr Reis nos coloca na situação desses povos da floresta. Nossa posição como observadores é a mesma, nossa maior distância até o objetivo do nosso reconhecimento visual é de poucos metros o que nos deixa literalmente envolvidos pelo mundo sobre o qual ele trabalha. E que mundo é este?Sem dúvida a floresta tropical é seu maior estímulo. Mas, aqui não estamos felizmente tratando da famigerada “paisagem amazônica”. Aqui lidamos mais com os fatos vitais que levam a floresta a permanecer por meio de processos que vão muito além da nossa imaginação. Aqui lidamos com os fantásticos eventos que inexoravelmente se expandem no espaço compreendido entre raízes expostas e a folha mais alta da mais alta copa. Fungos, bactérias, enzimas, larvas, protozoários, decomposição e processos de metamorfose cujos resultados se manifestam numa exagerada quantidade de organismos, formas e cores, constituem o alvo do pensamento de Jandr, neste momento.                       
(Óscar Ramos. Artista visual e crítico de arte)

The absence of the horizon and the experience of the perspective created expressive features on the art of the early and tribal peoples. Colin Turnbull, a British anthropologist, studied the Pygmies and noted that those true people of the forest, situated in a certain space of their geography, have no more than a few feet as the horizon. They are surrounded by the forest and in their living space is not including the apparent distortions caused by the exposure perspective. In this exhibition, Jandr Reis presents us in the situation of the forest people. Our position as observers is the same; our greatest distance to the goal of our visual recognition it is few meters leaving us literally involved by the world over which he works. What world is this? Undoubtedly the rainforest is its greatest stimulus. But fortunately we are not here dealing with the infamous "Amazon landscape". Here we deal with vital facts that lead to forest to remain through processes that go far beyond our imagination. Here we deal with fantastic events that inexorably, expand in the space between exposed roots and the highest of the highest leaf canopy. Fungi, bacteria, enzymes, larvae, protozoa, decomposition and processes of metamorphosis whose results manifest an exaggerated amount of bodies, shapes and colors, are the target of Jandr’s thought, at this time.

(Oscar Ramos. Visual Artist and art critic)

L´absence d´horizon et d´expérience de la perspective ont donné des caractéristiques particulières à l´art des peuples primitifs, des tribus. Colin Turnbull, anthropologue anglais qui a étudié les pygmées, a noté que ces derniers, véritables peuples de la forêt, situés dans un espace bien défini de leur géographie, n´ont pas plus de quelques mètres d´horizon. Ils sont entourés par la forêt; et leur vécu de l´espace n´inclut pas les distorsions apparentes provoquées par la perspective. Dans cette exposition qui nous est présentée maintenant, Jandr Reis nous met dans la situation de ces peuples de la forêt. Notre position comme observateurs est la même, la plus grande distance par rapport à l´objectif visuel étant de quelques mètres à peine, ce qui nous laisse littéralement saisis par le monde sur lequel il travaille. Et de quel monde s´agit-il? La forêt tropicale est, sans aucun doute, son plus grand stimulus. Mais, il ne s´agit heureusement pas du célèbre “paysage amazonien”. Ici, nous avons plus à faire aux faits vitaux qui permettent à la forêt de persister au moyen de processus qui vont bien     au-delà de notre imagination. Ici, nous sommes face aux fantastiques événements qui se répandent inexorablement dans l´espace compris entre les racines exposées et les ultimes feuilles de la cime des arbres les plus hauts. Champignons, bactéries, enzymes, larves, protozoaires et leur processus de décomposition et de métamorphose dont les résultats se manifestent par une profusion d´organismes, de formes et de couleurs qui constituent la cible de la pensée de Jandr Reis, en ce moment.
                       
(Óscar Ramos, artiste visuel et critique d´art)
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